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A GRAMA DO VIZINHO É SEMPRE MAIS VERDE?
A GRAMA DO VIZINHO É SEMPRE MAIS VERDE?

 

  A prosperidade (material) dos ímpios faz Asafe duvidar da justiça de Deus, mas, quando ele entra no santíssimo lugar ( santuário de Deus), ele vê pelos olhos da fé que o fim dos ímpios é a perdição eterna.

"Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte."
Provérbios 14:12

"e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus."
Lucas 12:19-21

"Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu),
aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo."
Apocalipse 3:17-20

"Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios."
Salmos 73:3

 

TEXTO BÍBLICO BASE

"Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.
Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos.
Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.
Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força.
Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens.
Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.
Os olhos deles estão inchados de gordura; eles têm mais do que o coração podia desejar.
São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente.
Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.
Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?
Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.
Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência.
Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos.
Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso;
Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.
Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.
Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.
Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles.
Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins.
Assim me embruteci, e nada sabia; fiquei como um animal perante ti.
Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão direita.
Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás na glória.
Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.
A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre.
Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti.
Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor DEUS, para anunciar todas"
Salmos 73:1-28

 

 COMENTÁRIO:

INTRODUÇÃO

   O escritor do salmo 73 foi o levita Asafe, um músico importante da época de Davi, e foi nomeado pelos principais levitas como responsável pela música, juntamente com Etã e Hemã, quando a arca foi transportada da casa de Obede-Edom para a cidade de Jerusalém (1Cr 15:16-19).

 

O PARADOXO DE ASAFE

 

   Em um momento de fraqueza espiritual, o músico levita Asafe, se vê num paradoxo :

  1. Pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria.
  2. A aparente falta de nexo ou de lógica; contradição.
    Neste paradoxo, Asafe compara a sua vida material com a prosperidade dos ímpios, chegando a fraquejar na fé e até quase se desviar dos caminhos do Senhor.
     A GRAMA DO VIZINHO
     "Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos."
    Salmos 73:2

     Ao ver que a grama do vizinho era mais verde, Asafe teve inveja dos néscios (aquele que é desprovido de conhecimento(s), de discernimento; estúpido, ignorante).

 

A INVEJA DOS NÉSCIOS

 

        " Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios."
         Salmos 73:3

     Neste texto o salmista queria ser ignorante ( sem conhecimento) como os néscios, quanto às riquezas dos ímpios, pois assim ele não teria um parâmetro de comparação com a sua situação financeira, como diz o ditado : O que os olhos não vêem o coração não sente .

     Muito provável que o músico, era muito próximo ou vizinho de um ímpio rico, pois os seus olhos não conseguiam evitar a contemplação da prosperidade alheia.

 

A APARENTE VIDA "PERFEITA" DOS ÍMPIOS

 

"Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força.
Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens.
Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.
Os olhos deles estão inchados de gordura; eles têm mais do que o coração podia desejar."
Salmos 73:4-7

    Numa linguagem rebuscada e poética, típica dos textos dos salmos, o levita expõe as coisas boas da vida dos ímpios, como se fossem perfeitas, como a grama verde do vizinho, porém, sabemos que essa grama é artificial e esconde um terrível fim para os ímpios  conforme a passagem bíblica do rico e o Lázaro (Lucas 16:19-31).

"Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele;
E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.
E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.
E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.
E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.
E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.
Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.
Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite."
Lucas 16:19-31

 

 

O ENRIQUECIMENTO DOS ÍMPIOS 

 

"São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente.
Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.
Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?
Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas."
Salmos 73:8-12 

   Asafe descreve em sua poesia, nos versos em que os ímpios com suas maldades, zombaria e blasfêmias, continuam a enriquecer-se cada vez mais na proporção de suas impiedades.

 

O SURTO DEPRESSIVO DE ASAFE

 

  " Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência.
Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos."
Salmos 73:13-15

 

    Nesta altura do texto, o músico surta por completo, pois ele relata que todo o esforço e dedicação à Deus no templo não gerou ganhos materiais e para complicar mais a sua situação precária, ele descobre uma doença  nos rins à qual lhe aflige todas as manhãs.

"Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins."
Salmos 73:21

 

 

O SANTUÁRIO DE DEUS

 

"Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso;
Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles."
Salmos 73:16,17
 

   Quando Asafe entra no santuário de Deus (intimidade nas orações), ele entende o agir de Deus (o castigo) em sua vida .

"Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus castiga; não desprezes, pois, o castigo do Todo-Poderoso."
Jó 5:17

"Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem."
Provérbios 3:12

"Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.
Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?
Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.
Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?
Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela."

Hebreus 12:6-11

 

O JUÍZO DE DEUS SOBRE OS ÍMPIOS

 

"Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.
Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.
Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles.
Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins."
Salmos 73:18-21 

   Depois que Asafe entrou na presença de Deus (santíssimo lugar, arca da aliança), ele viu que aquilo que ele estava passando (aflições) não se pode comparar com a glória de Deus, que está preparada para os santos, enquanto que o rico ímpio tem sua vida tranquila aqui na terra por um pouco período de tempo, mas, terá toda a eternidade no inferno/lago de fogo (Hades/Geena).

 

O ARREPENDIMENTO DE ASAFE

 

"Assim me embruteci, e nada sabia; fiquei como um animal perante ti.
Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão direita.
Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás na glória.
Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.
A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre.
Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti.
Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor DEUS, para anunciar todas as tuas obras."
Salmos 73:22-28

 

A GRAMA ARTIFICIAL E A GLÓRIA DE DEUS

 

   Portanto, Asafe, viu pelos olhos espirituais que a grama verde do vizinho é artificial, se arrependeu das suas palavras, seus pensamentos e a imagem que ele criou de um Deus injusto, percebeu que as coisas deste mundo são efêmeras  e passageiras, comparadas com a glória celestial no porvir, e clamou à Deus, no poema, em um belíssimo verso: "Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti."
Salmos 73:25

 

 

OZEIAS SIQUEIRA XAVIER

Texto redigido em 08/02/2023